Segundo dia da Conferência Estadual de Economia Solidária é marcado por intensa participação popular, votações decisivas e presença do Observatório da UFMS

Postado por: UFMS

Campo Grande (MS), 29 de maio de 2025 — O segundo dia da Conferência Estadual de Economia Solidária, realizado em Campo Grande, foi marcado por votações decisivas, intensos debates e a eleição dos 24 delegados que representarão o Mato Grosso do Sul na 4ª Conferência Nacional da Economia Solidária, que ocorrerá entre os dias 13 e 16 de agosto de 2025, em Brasília. O evento também contou com o apoio ativo do Observatório do Cooperativismo da UFMS – OBCOOP/UFMS, que teve presença destacada nas discussões e na construção coletiva das propostas.

Participação e apoio institucional da UFMS

Durante todo o dia, o Observatório do Cooperativismo da UFMS se fez presente, oferecendo suporte técnico e acadêmico, especialmente no processo de sistematização das propostas e no acompanhamento das votações. Representantes da instituição participaram ativamente das discussões e contribuíram com a mediação de mesas, destacando o compromisso da universidade com o desenvolvimento social sustentável.

Representando a instituição, o professor Alexandre Arruda, que também foi eleito delegado, reafirmou o compromisso da universidade com o fortalecimento das políticas públicas voltadas à economia solidária e ao cooperativismo popular. Também estiveram presentes o Professor Geraldino de Araújo e os bolsistas Guilherme Gonzaga, Carlos Villalba, João Victor e Otávio Rios.

Votações e propostas por eixo

Eixo 1 – Realidade Socioambiental, Cultural, Política e Informacional
Este eixo concentrou cinco propostas principais, entre elas a criação da Escola Técnica Agroecológica do Pantanal e da Universidade do Pantanal, com foco na redução do êxodo rural e valorização da agroecologia. Também foram aprovadas estratégias de suporte técnico às cooperativas já existentes, incentivo à mídia sobre economia solidária e ampliação do debate sobre o tema nas discussões da Rota Bioceânica.

Eixo 2 – Produção, Comercialização e Consumo
Foram debatidas propostas como a criação de núcleos de processamento e distribuição, campanhas de valorização dos produtos solidários e a implementação de selos de certificação para a economia solidária. Algumas propostas consideradas locais demais, como feiras permanentes, foram redirecionadas ao âmbito estadual ou municipal.

Eixo 3 – Financiamento Solidário
O grupo propôs a criação de um Fundo Nacional de Apoio a Projetos da Economia Solidária, recursos da Rota Bioceânica para fundos municipais, regulamentação de emendas parlamentares e políticas de crédito desburocratizadas. Houve tentativa de unir propostas sobre emendas e crédito, mas os participantes decidiram mantê-las separadas para garantir a clareza de objetivos.

Eixo 4 – Educação, Formação e Assessoramento Técnico
Cinco propostas foram aprovadas, entre elas: incluir economia solidária no Plano Nacional de Educação, promover parcerias com universidades, respeitar as linguagens e saberes dos povos tradicionais e criar materiais didáticos com enfoque na pedagogia da autogestão. Um ponto alto foi o reconhecimento da necessidade de capacitação técnica com linguagem acessível a todos os segmentos sociais.

Eixo 5 – Ambiente Institucional, Legislação, Gestão e Participação Social
As propostas principais foram a criação de núcleos de economia solidária nas superintendências do Ministério do Trabalho, regulamentação da nova lei nacional e implantação de conselhos estaduais com ampla representatividade (indígenas, LGBTQIAPN+, pessoas com deficiência, entre outros). Também foi aprovada a criação de comissões municipais de economia solidária em todos os 79 municípios de MS.

Escolha dos Delegados

Ao final do dia, os 24 delegados que representarão o estado na 4ª Conferência Nacional de Economia Solidária, de 13 a 16 de agosto em Brasília, foram apresentados. A delegação foi formada com representantes dos empreendimentos econômicos solidários, gestores públicos e entidades de apoio, garantindo pluralidade e diversidade. Dentre os eleitos, está o professor Alexandre Arruda, do Observatório do Cooperativismo da UFMS.

Encerramento e perspectivas

O encerramento foi marcado por emoção, agradecimentos e um apelo coletivo à continuidade da mobilização. “Esta conferência mostrou que a economia solidária está viva, pulsante e é construída de baixo para cima, com o povo”, destacou uma das coordenadoras. O evento contou ainda com representantes da Secretaria de Cidadania, parlamentares, nas figuras do Deputado Estadual Pedro Kemp e do Vereador Landmark Rios, e lideranças comunitárias, que reforçaram o compromisso de apoiar as deliberações apresentadas.

Ao final, ficou evidente o papel articulador da Conferência Estadual: consolidar políticas, escutar os territórios e levar vozes plurais para o debate nacional.

Texto e fotos: Arlindo Machado