Conferência em Aquidauana reúne UFMS e sociedade civil em defesa da economia solidária
No dia 24 de abril de 2025, a cidade de Aquidauana-MS sediou mais uma das Conferências Municipais e Intermunicipais de Economia Popular e Solidária que aconteceram em Mato Grosso do Sul, e representantes dos municípios de Aquidauana e Anastácio estiveram presentes. O evento teve como principal objetivo a construção coletiva de propostas voltadas ao fortalecimento da economia solidária nos territórios, em sintonia com os princípios da autogestão, da cooperação, da sustentabilidade e da inclusão social.
A Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS) fez parte de mais essa ação, representada pelo Observatório do Cooperativismo (OBCOOP/UFMS), com participação ativa de sua equipe técnica e acadêmica: o coordenador do projeto, professor Alessandro Arruda, os docentes Luciane Carvalho e Leonardo Dresch, e o bolsista de extensão Guilherme Gonzaga. A atuação da UFMS ocorreu tanto no apoio à relatoria da conferência quanto na organização metodológica dos trabalhos em grupo e da sistematização das propostas.
Essa participação demonstra o comprometimento institucional da UFMS com o desenvolvimento territorial e com o fortalecimento da economia solidária como estratégia de inclusão, geração de renda e justiça social. A atuação da equipe permitiu a articulação entre a academia e os diversos atores sociais presentes, contribuindo tecnicamente para a elaboração das propostas e organização dos relatórios finais.
O Observatório da UFMS também contribuiu com instrumentos tecnológicos de apoio à relatoria e ao registro das propostas, o que facilitou o processo de coleta e sistematização das informações geradas ao longo dos debates.
A conferência faz parte das etapas preparatórias para a 4ª Conferência Estadual de Economia Popular e Solidária de Mato Grosso do Sul, a ser realizada nos dias 28 e 29 de maio, em Campo Grande, e posteriormente para a etapa nacional, prevista para ocorrer em Brasília, no mês de agosto. O encontro em Aquidauana teve caráter deliberativo e seguiu o regimento estabelecido pela Comissão Organizadora Estadual, garantindo a participação de trabalhadores de empreendimentos solidários, entidades de apoio e fomento, além de representantes do poder público.
Durante o evento, os participantes se organizaram em grupos temáticos baseados em cinco eixos principais: produção, comercialização e consumo; financiamento, crédito e finanças solidárias; educação, formação e assessoramento técnico; legislação, gestão pública e integração de políticas; e realidade socioambiental, cultural, política e econômica dos territórios.
Foram debatidas propostas relacionadas à criação e ampliação de espaços de comercialização, fortalecimento da agricultura familiar e agroindústrias locais, fomento à capacitação técnica e assessoria para empreendimentos populares, além de demandas específicas das comunidades indígenas e da população em situação de vulnerabilidade social. Também foram apresentadas sugestões de institucionalização da economia solidária no poder público municipal, por meio da criação de coordenações e secretarias específicas.
Todas as propostas formuladas nos grupos foram aprovadas em plenária, com a decisão de incluir integralmente o conteúdo no relatório final da conferência. Esse relatório será encaminhado à organização estadual, que consolida os materiais de todos os municípios participantes. O critério de escolha dos delegados também foi definido conforme a proporcionalidade de participação, garantindo representatividade justa entre os segmentos sociais.
Além do aspecto deliberativo, a conferência também foi um espaço de integração entre diferentes realidades socioterritoriais, permitindo trocas de experiências e articulações entre agricultores familiares, artesãos, indígenas, coletivos culturais, população LGBTQIA+, servidores públicos, organizações da sociedade civil e instituições de ensino. A expectativa é que as propostas formuladas contribuam efetivamente para o fortalecimento da economia popular e solidária no estado e no país, reconhecendo o trabalho coletivo, a inclusão produtiva e a sustentabilidade como pilares fundamentais para um desenvolvimento socialmente justo e ambientalmente responsável.
Texto: Arlindo Machado
Fotos: Alessandro Arruda e Leonardo Dresch